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“Se eu tivesse feito, teria renunciado”: Luan Varnier chora e acusa perseguição política em entrevista sobre processo de cassação

Entre lágrimas, vereador de Urussanga rebate acusações de fura-fila no SUS, denuncia suposto abuso de poder do presidente da comissão processante e diz que luta para encerrar mandato com as mãos limpas

Por Ligado no Sul26/09/2025 09h30
Foto/Reprodução Instagram

O vereador Luan Varnier (MDB) concedeu, pela primeira vez, uma entrevista sobre o processo que responde na Câmara Municipal relacionado a um suposto caso de “fura-fila” no Sistema Único de Saúde (SUS). O parlamentar é investigado por, enquanto secretário municipal de Saúde, ter permitido que um paciente furasse a fila para consulta com um médico oftalmologista.

Na manhã desta sexta-feira (26), Varnier conversou com o Jornal da Guarujá e, bastante emocionado, detalhou sua versão sobre o caso e os motivos que o levaram a registrar um boletim de ocorrência contra o vereador José Bis (PP), presidente da comissão processante que apura o episódio.

Segundo Varnier, o registro do BO decorre de um suposto abuso de autoridade, evidenciado após a veiculação de um áudio no WhatsApp em que José Bis “demonstraria pressa” em cassar seu mandato, inclusive antes da data prevista para a votação.

“Eu posso explanar um pouco com os ouvintes, porque em outras oportunidades vocês me convidaram para participar, mas por orientações dos meus advogados eu acabei me recolhendo para aguardar todos os trâmites. Então, só para deixar claro para os ouvintes, essa é a primeira vez que eu estou falando sobre o assunto”, afirmou.

O vereador relatou se sentir alvo de perseguição política, mencionando “coações” e “abusos de poder” por parte de adversários.

“A perseguição é tanta que eu preciso expor. Eu preciso colocar aqui para vocês as perseguições que tenho passado. Vídeos montados fora do contexto, matérias no jornal como uma coluna chamada Bafone, sem identificação, com inverdades e ataques mentirosos”, disse, acrescentando que houve tentativas de instaurar duas Comissões de Investigação Processante (CIPs) contra ele.

Segundo Varnier, o próprio parecer técnico que apurou o suposto fura-fila concluiu pelo arquivamento do processo, apontando falta de materialidade.

“Esse PAD foi feito por servidores técnicos efetivos, e aí, obviamente, foi arquivado, porque entenderam que não havia materialidade contra mim. Eu não fiz nada errado, essa é a questão”, afirmou.

Nesse momento, Varnier chorou ao reafirmar que é inocente e que renunciaria caso tivesse cometido irregularidades.

“Se eu realmente tivesse feito, eu teria renunciado ao meu mandato, mas eu não fiz. Eu sempre lutei contra a corrupção, sempre lutei contra as coisas erradas da administração pública. Eu não participei. Eu nem na cidade estava naquele período, eu tirei uma licencinha de sete dias e fui ao Nordeste com a minha família. Isso me machuca. Sei que parece sinal de fraqueza o político vir aqui, mas está demais, está muito difícil”, disse, aos prantos.

O vereador explicou que seus advogados solicitaram uma liminar para suspender a tramitação do processo, alegando irregularidades. O juiz responsável, Roque, concedeu a suspensão por tempo determinado.

Varnier também criticou a postura do presidente da comissão processante, vereador José Bis.

“Ele deve ser totalmente imparcial por ser o presidente da comissão. Na outra ocasião, contra o prefeito que foi preso, mesmo havendo indícios de corrupção, eu sempre procurei ser imparcial. Nunca quis acusar alguém injustamente. Agora eu estou sentindo na pele. Esse presidente está agindo pela emoção, já com seu voto declarado pela cassação. E ainda tenta antecipar essa votação antes que eu fizesse uma cirurgia”, declarou.

Segundo ele, um áudio enviado “por engano” ao grupo da Câmara mostraria articulações para antecipar a votação do processo, o que caracterizaria abuso de poder.

“Eu realizei um BO porque na legislação fala do abuso de poder. E abuso de poder mais escancarado que esse não existe. O que se percebe é que alguns querem somente saber de me cassar. Eles não querem saber se eu fiz ou não fiz. Eu já provei que não fiz. Eles querem me tirar da Câmara pensando num processo eleitoral”, acusou.

Questionado sobre seu futuro político, Varnier sinalizou que deve encerrar sua trajetória após este mandato, mas disse que seguirá trabalhando pela população.

“Meu intuito é terminar esse mandato com as minhas mãos limpas, como sempre foi, focar no serviço público de qualidade e me dedicar ao cargo que me efetivei que é na  rede estadual de ensino. Eu entendo que para ajudar o povo não preciso estar na tribuna. Vou continuar cobrando, visitando as comunidades, como sempre fiz. Eu estou na política desde os 19 anos. Não tem nada que diga que o Luan tenha feito algo errado”, afirmou, emocionado.

“Eu amo ser vereador, é uma coisa que me move. Mas eu entendo que meu ciclo vai se encerrar. Neste mandato eu não vou desistir, não vou renunciar. Vou lutar até o fim pelos meus 918 votos. Eu fui o vereador mais votado da história dessa cidade com apenas 29 anos”, completou.

No encerramento da entrevista, Varnier disse que seu sofrimento não é apenas pessoal, mas familiar.

“Não é nem mais por mim, é pela minha mãe, pela minha família. Ela chora todos os dias pela injustiça que estão cometendo comigo”, desabafou.

Áudio atribuído ao presidente da comissão processante sugere tentativa de antecipar votação do processo de cassação

Um áudio compartilhado em um grupo da Câmara Municipal mostra o presidente da comissão processante, vereador José Bis (PP), discutindo a agenda do processo de cassação do colega Luan Varnier (MDB), sugerindo antecipar a votação. No trecho, p vereador Bis comenta

“Pessoal, bom dia. Alguma notícia aí do mandado de segurança que foi impetrado ali antes de ontem? Escuta, outra coisa também importante, tá? O Sérgio Costa me ligou ainda pouco dizendo que o Luan, segunda-feira, vai marcar uma cirurgia bariátrica, certo? Vamos ver se a gente consegue aí resolver isso aí essa semana”.em referência à tramitação do processo.

 

Confira entrevista completa

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