Setor plástico da região articula projeto-piloto de reciclagem em Orleans após reunião com Senador Esperidião Amin
O diretor executivo do Sinplasc, Elias Caetano, esteve em Florianópolis nesta semana para apresentar ao senador Esperidião Amin (PP) um projeto voltado à reciclagem e à rastreabilidade de resíduos plásticos no Sul catarinense. O prefeito de Orleans, Fernando Cruzetta (PP), também participou da agenda. A proposta busca responder às crescentes pressões legislativas que têm resultado em projetos de lei para proibir itens plásticos de uso único, como copos, sacolas e embalagens.
Em entrevista ao Jornal da Guarujá, Caetano afirmou que muitas dessas iniciativas nascem do desconhecimento sobre a cadeia produtiva e da baixa eficiência na gestão de resíduos urbanos, o que acaba penalizando o setor.
Segundo ele, o projeto apresentado ao senador prevê a implantação de um modelo regional de gestão de resíduos que integre toda a cadeia: consumidores, coleta seletiva, centrais de triagem, catadores, consórcios municipais, indústria do plástico e ferramentas de rastreabilidade.
“O que nós propomos é um ajuste na cadeia produtiva e na reciclagem aqui na região, para construir um modelo eficiente de gestão de resíduos envolvendo todos: moradores, coleta seletiva, catadores e também a Abiplast, que possui uma ferramenta de rastreabilidade fundamental para o projeto”, explicou.
A ideia é iniciar o modelo em Orleans, em caráter piloto, focado especialmente nos plásticos de uso único que são os mais questionados quanto ao destino pós-consumo.
Caetano destaca que o projeto inclui desde ações de educação ambiental até a estruturação de centrais de triagem e a criação de uma usina para reaproveitamento de plásticos de difícil reciclabilidade. Esses materiais, sem valor de mercado pela contaminação ou tamanho, passariam a ser convertidos em produtos como bancos de praça, tampas de bueiro, meios-fios e até componentes para moradias populares.
O diretor do Sinplasc afirmou que o encontro em Florianópolis trouxe resultados concretos. “Já tivemos a aprovação do projeto no Ministério do Meio Ambiente. Agora entramos numa fase imediata de captação de recursos, via Lei de Incentivo à Reciclagem”, disse.
Empresas podem destinar até 1% do Imposto de Renda devido ao projeto, enquanto pessoas físicas podem direcionar até 6%. A expectativa do Sinplasc é captar recursos ainda em dezembro para viabilizar o início da execução em 2026.
Próximos passos
A fase inicial prevê uma campanha de sensibilização junto à comunidade, incentivo à separação de resíduos e capacitação de catadores, que também atuarão como educadores ambientais. O projeto inclui a instalação de pontos de entrega voluntária, estruturação da coleta seletiva, triagem e destinação nobre dos resíduos plásticos.
“Assim conseguiremos fechar o ciclo de vida do plástico, valorizando o material e evitando que ele vá parar em aterros ou no meio ambiente”, ressaltou Caetano.
O modelo, se bem-sucedido em Orleans, será expandido para outros municípios do Sul de Santa Catarina.
Confira entrevista completa