Murilo Hoffmann é eleito presidente da Câmara de Vereadores de Orleans para 2026
Disputa entre duas chapas marcou a última sessão do ano legislativo, encerrada com debates acalorados após indicação sobre instalação de lixeira no bairro Samuel Sandrini
A Câmara de Vereadores de Orleans realizou, nesta segunda-feira (15), a última sessão ordinária do ano legislativo e a eleição da nova Mesa Diretora para 2026. A disputa contou com duas chapas: a Chapa 1, liderada pelo vereador Murilo Hoffmann (Novo), e a Chapa 2, encabeçada pelo vereador Dovagner Baschirotto (MDB).
Como já era sinalizado nos bastidores da política orleanense, Murilo Hoffmann foi eleito presidente do Legislativo municipal por 6 votos a 5. Em entrevista após a votação, ele avaliou o processo como tranquilo.
“Foi tudo dentro dos conformes. Nossa primeira vez participando da eleição, aquilo que foi acordado com os vereadores foi cumprido. Já acreditava nisso, acreditava que não íamos ter problemas quanto a essas questões”, afirmou.
Ao projetar o trabalho para 2026, Hoffmann destacou como prioridade a organização das sessões e a melhoria do ambiente no plenário. Segundo ele, episódios registrados ao longo de 2025 evidenciaram a necessidade de ajustes.
“As prioridades, eu acho, garantir que as sessões sejam mais organizadas, produtivas, respeitosas, fortalecer o diálogo entre os vereadores e aproximar a Câmara ainda mais da comunidade”, disse.
Entre os objetivos da nova gestão, o presidente eleito citou a busca pelo selo diamante no Radar da Transparência do Tribunal de Contas.
“Nós vamos estar buscando o selo diamante de transparência também para a Câmara de Vereadores. Hoje a nossa Câmara não chega nem a ser avaliada, e a gente vai buscar descobrir o porquê”, explicou.
Murilo Hoffmann também anunciou a intenção de implementar um Código de Ética e Decoro Parlamentar.
“A nossa Câmara não possui. Essa legislação vamos buscar implementar para resolver essas questões mais disciplinares quando dá algum problema ou alguma confusão na sessão”, afirmou.
Sessão termina com tensão por indicação sobre lixeira
A última sessão do ano legislativo foi marcada por tensão e troca de acusações entre vereadores, motivadas por uma indicação da vereadora Marlise Zomer (PSDB), que solicitou a instalação de uma lixeira no bairro Samuel Sandrini. A discussão elevou o tom dos debates e expôs, mais uma vez, o clima de desgaste entre parlamentares, encerrando o ano legislativo de forma semelhante ao início de 2025, marcado por confrontos verbais.
Sobre o episódio, Murilo Hoffmann afirmou que situações como essa reforçam a necessidade de pacificação.
“A política é o debate, a democracia é o debate. Então, que essas divergências possam ser tratadas com respeito e maturidade. Como presidente, quero que todos tenham voz, mas sempre dentro de um diálogo com respeito à instituição que é o Legislativo”, declarou.
Questionado sobre o papel institucional da presidência, Hoffmann ressaltou que representa toda a população de Orleans.
“Independente da bandeira partidária dos princípios que a gente segue, todos devem ser tratados com respeito absoluto. A gente tem que ouvir, acima de tudo, quais são as demandas da população”, destacou.
Avaliação do ano legislativo
O diretor da Câmara, Sandro De Pieri, informou que o Legislativo entra em recesso a partir do dia 20 de dezembro, com retorno das atividades administrativas em 27 de janeiro. A primeira sessão ordinária de 2026 está marcada para o dia 2 de fevereiro, quando serão formadas as comissões legislativas.
Ao avaliar o ano, Sandro reconheceu que os debates extrapolaram em alguns momentos.
“O debate é salutar, faz parte do regime democrático, mas quando passa para o lado pessoal, não é positivo. É uma linha tênue”, avaliou.
Joel Cavanholi faz balanço da presidência
O ex-presidente da Câmara, vereador Joel Cavanholi, afirmou que encerra o mandato com sentimento de aprendizado, apesar das dificuldades enfrentadas.
“Entrei com uma postura e uma determinação, mas encontrei muitas turbulências, principalmente nos primeiros seis meses. Tentei conduzir da melhor forma possível dentro da democracia”, afirmou.
Joel destacou que manteve sua posição política ao longo do ano e classificou o período como de amadurecimento.
“Houve oportunidades, fui eleito duas vezes vereador destaque em 2025. Isso representa crescimento e amadurecimento”, disse.
O parlamentar também deixou claro que pretende continuar na vida pública.
“Eu não vou deixar a política de lado. Vou seguir, sempre com ética, coerência e visando a demanda da população. Quem sabe no futuro, novamente como presidente, vereador, vice prefeito ou até em outra função”, declarou.
Dovagner Baschirotto comenta eleição e clima na Câmara
Candidato à presidência pela Chapa 2, o vereador Dovagner Baschirotto (MDB) afirmou que o resultado da eleição já era esperado, mas defendeu a importância da disputa.
“A gente já sabia qual seria o resultado, mas mesmo assim fizemos a chapa e concorremos dignamente”, afirmou.
Dovagner criticou o clima da última sessão, especialmente a discussão envolvendo a indicação da vereadora Marlise Zomer.
“Discutir por causa de duas lixeiras é uma vergonha para o município. Não é o vereador que está sendo prejudicado, é a população que deixa de ser atendida”, disse.
O vereador demonstrou expectativa de que o perfil do novo presidente contribua para reduzir os conflitos em plenário.
“O Murilo é mais centrado, conciliador, menos autoritário. Isso com certeza fará diferença na Câmara”, avaliou.
Por fim, Dovagner desejou um próximo ano mais equilibrado.
“Espero que em 2026 os vereadores venham mais calmos, com mais diálogo e menos confronto”, concluiu.

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