Polícia Civil de SC prende foragido do Pará ligado ao Comando Vermelho
Coordenador da CORE detalha operação e alerta para atuação de facções em SC em entrevista ao Jornal da Guarujá
A Polícia Civil de Santa Catarina prendeu, na sexta-feira (7), um foragido do Pará com mandado de prisão preventiva por integrar organização criminosa. A ação ocorreu na região do Brejarú, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Segundo a investigação, o suspeito fazia parte do Conselho Geral de Missões do Comando Vermelho do Pará e utilizava Santa Catarina como ponto de refúgio.
De acordo com o coordenador da CORE (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil de Santa Catarina), Daniel Dias, o caso não é isolado. Ele afirmou que lideranças da facção têm buscado se esconder no estado, aproveitando uma rede de apoio de grupos criminosos locais.
“Ele é mais um, entre muitos que tentam se esconder na nossa região. Existe uma relação entre criminosos daqui com o Comando Vermelho, e isso faz com que lideranças venham se abrigar em Santa Catarina”, disse Dias em entrevista ao Jornal da Guarujá. Ele observou que os detidos costumam escolher áreas de difícil acesso e com apoio de olheiros próximos a pontos de tráfico.
A operação contou com troca de informações entre as polícias civis de Santa Catarina e do Pará. O investigado foi localizado após um período de monitoramento e diligências. A prisão foi realizada no início da manhã, sem registro de confronto.
Segundo Dias, o crescimento de facções externas no estado está no radar das forças de segurança, que observam movimentos ligados à tentativa de domínio territorial, prática já consolidada em outros estados, como Rio de Janeiro, onde grupos criminosos cobram taxas de moradores e comerciantes.
“Eles aprenderam com o crime organizado do Rio que dominar território pode ser mais lucrativo do que o tráfico. Aqui ainda não temos essa prática consolidada, mas monitoramos e não vamos permitir que se estabeleça”, enfatizou.
O preso permanece à disposição da Justiça em Santa Catarina. A defesa poderá solicitar que ele cumpra pena no estado ou seja transferido para o Pará, conforme decisão judicial.
Confira entrevista completa