A Câmara de Vereadores de Urussanga decidiu, por seis votos a três, cassar o mandato do vereador Luan Varnier (MDB), o mais votado da história do município. A decisão foi tomada na manhã desta segunda-feira (13), após a conclusão do processo que apurava um suposto caso de “fura-fila” no Sistema Único de Saúde (SUS), quando Varnier ocupava o cargo de secretário municipal de Saúde.

Segundo a denúncia, o então secretário teria autorizado que um paciente furasse a fila de espera para uma consulta com um médico oftalmologista, o que configuraria quebra de decoro parlamentar.

Os três vereadores do MDB votaram contra a cassação, enquanto os parlamentares de PP, PL, PSD e União Brasil votaram a favor, definindo o resultado por maioria simples.

A sessão começou às 9h, sem a presença do vereador denunciado e sem sua defesa técnica. Luan sofreu um mal súbito no domingo (12), durante uma ação social do Dia das Crianças no bairro Bom Jesus, e precisou ser internado.

“Uma forma de calar a minha boca”, diz Varnier

Poucas horas após a decisão, o ex-vereador publicou um vídeo nas redes sociais para se manifestar sobre a cassação. Visivelmente abatido e emocionado, Varnier agradeceu o apoio dos eleitores e afirmou que foi vítima de uma “injustiça política”.

“Foi uma opção dos vereadores. Perdemos a votação por 6 a 3. Os três vereadores do MDB votaram pela nossa absolvição, por entenderem a nossa inocência. Os demais, vocês podem pesquisar, votaram contra a gente. Independentemente de qualquer coisa, nosso trabalho continua”, declarou.

Durante o vídeo, o ex-parlamentar também se referiu ao episódio como uma tentativa de silenciamento político.

“Infelizmente, foi só uma forma e o modo de calar a minha boca, de calar a boca de quem falava pela população, de quem nunca se omitiu. Faz parte. Quando aceitei o desafio da política, eu sabia que viriam muralhas, que viria muita maldade. Quando a gente se destaca, quando faz o certo, o certo infelizmente não agrada a todos.”

Varnier disse ainda que a decisão o atingiu profundamente.

“Eu sei que é um pouco humilhante estar fazendo isso, mas eu precisava agradecer. Não está sendo fácil. Vocês sabem o quanto eu amo a política, o quanto eu amo essa cidade, o quanto eu amo ajudar as pessoas. Estou triste com a injustiça, mas sigo de cabeça erguida.”

Por fim, o ex-vereador reforçou que continuará atuando de forma comunitária:

“Contem comigo, pode continuar chamando do Luan. A gente só não vai ter a tribuna, mas vai continuar firme”

Com a cassação confirmada, o suplente de Varnier deverá ser convocado nos próximos dias para assumir a vaga na Câmara.